quinta-feira, 15 de março de 2007

Ida ao Teatro Maria Vitória


Hoje fomos ao teatro visualizar a peça "Deixemos o sexo em paz", no Teatro Maria Vitória com a interpertação da actriz Maria Paulos.

Aconselhamos vivamente a quem estiver interessado no tema da Sexualidade a ir assistir a este espectáculo em tom de comédia, profundamente didáctico e perfeitamente integrável no Programa de Educação Sexual, que poderá alcançar imenso êxito junto do público em geral e estudantil em particular. É um divertidíssimo monólogo onde, a brincar, se trata muito a sério dos assuntos do sexo que ainda são tabu. Esta peça de teatro tem a de cerca de 1 h e 15 m de duração.

“Deixemos o Sexo em Paz”, além de ser um belo exercício teatral, trata, de uma forma divertida e risonha, um tema geralmente solenizado, chamando a atenção para a importância que tem uma sexualidade bem vivida, por gente bem informada sobre os riscos hoje existentes e também para uma atitude de liberdade que não exclua nunca, a responsabilidade nem o prévio esclarecimento, cuja falta é responsável por tantas vidas destroçadas. Partindo do princípio que a ignorância não aproveita a ninguém, esta é ainda uma obra de um teatro de qualidade e simultaneamente comercial, porque dirigido a um vasto público, usando um tom de comédia e riso para abordar problemas reais, desmontando o ridículo e a pomposidade de tantas situações, resultantes sobretudo, do desconforto e da incomodidade de como a maior parte dos adultos trata e vê o sexo. Responsável ainda, pela sua incapacidade de dar resposta à curiosidade dos adolescentes, que iniciam cada vez mais cedo e muitas vezes de uma forma errada, “às escuras” a sua vida sexual.


quarta-feira, 14 de março de 2007

Apreciação global dos inquéritos

Distribuimos pela comunidade escolar um inquérito, por nós realizado, a fim de descobrir se estes estavam, ou não, informados sobre dois sub-temas dentro do vasto tema da sexualidade. Os sub-temas abordados foram as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST´s) e Mutilãção Genital Feminina (MGF).

Quinze pessoas (tanto do sexo feminino como masculino em idades entre os treze e os quarenta e quatro anos) responderam ao nosso inquérito. Todas afirmaram achar o tema sexualidade importante. Perguntámos, então, qual o sub-tema (dentro da sexualidade) que mais interesse lhes despertava. Seis (6) pessoas escolheram como sub-tema a mutilação genital e logo de seguida ficou a violação (escolhida por cinco (5) pessoas). O tema que revelou menos interesse pelos inquiridos foi o da prostituição (tendo sido escolhido por apenas uma pessoa).
Perguntámos de seguida com quem costumavam falar sobre o tema Sexualidade. A maioria dos inquiridos (treze (13) pessoas entre os 13 e os 22 anos) respondera que conversavam sobre o assunto em questão com os seus amigos. Apenas um (1) inquirido conversa sobre sexualidade com os pais e um outro escolheu a opção "outros".
Através deste inquérito pretendiamos também ficar a conhecer se a nossa comunidade escolar sabe o modo de prevenção das DST´s. Doze (12) pessoas responderam acertadamente (escolhendo o preservativo), dois (2) alunos escolheram a pílula e apenas um(1) aluno optou pelo DIU (Dispositivo Intra-Uterino).
Depois optamos por perguntar quais as doenças que são sexualmente transmissíveis. Todos deram como resposta a Sida. De seguida a DST com maior número de respostas foi a Sífilis. As outras doenças respondidas pelos inquiridos foram a Hepatite, o Herpes Vaginal, a Gonorreia e a Vaginite.
Passámos então para o sub-tema Mutilação Genital. Após darmos uma pequena definição do tema, optámos por perguntar qual o principal continente em que se pratica este acto. As respostas foram positivas pois onze(11) dos quinze (15) inquiridos responderam acertadamente (escolhendo África), duas (2) pessoas escolheram Ásia, uma (1) outra optou pela Europa e por fim uma (1) outra pessoa optou pela Oceânia.
A resposta seguinte revelou-se negativa pois apenas cinco (5) pessoas responderam que a Mutilação Genital era praticada somente ás mulheres. Os outros dez (10) inquiridos (cinco do sexo masculino e cinco do sexo feminino) deram como resposta a opção "ambos os sexos".
Escolhemos fazer como penúltima pergunta uma questão de carácter pessoal: -"És a favor da Mutilação Genital? Porquê?". Todos responderam que não e justificaram de diversas formas. Alguns disseram que esta "é uma prática que vai contra todos os principios da humanidade" e que era um acto "desumano"; outros responderam que esta prática "é uma violação da intimidade da mulher" e que "todo o ser humano tem direito a sentir prazer".
Para última questão optámos por perguntar quais as consequências físicas e/ou psicológicas que a mutilação pode trazer. Esta última pergunta revelou-se também negativa tendo a maioria respondido "dá prazer à mulher" e apenas quatro (4) pessoas responderam de forma acertada (impossibilidade de engravidar).
Através deste inquérito podemos perceber que quando apresentarmos o nosso trabalho à comunidade escolar teremos que focar mais pormenorizadamente os vários aspectos da Mutilação Genital, pois foi neste tema que existiram mais respostas erradas.
Teremos também que focar mais pormenorizadamente a questão dos métodos contraceptivos, porque apesar de três (3) inquiridos terem respondido de forma errada é uma questão que todos têm de estar devidamente informados.

Inquérito sobre a Sexualidade

Somos alunas do 12º ano e pedimos a vossa colaboração para realizarmos um trabalho no âmbito da disciplina de Área de Projecto.

Sexo: F [ ] M [ ] Idade: ____


1- Achas a Sexualidade um tema importante?

Sim [ ]
Não [ ]

2- Qual o tema dentro da Sexualidade que mais te agrada?

Violação [ ]
Prostituição [ ]
Mutilação Genital [ ]
Outros [ ]

3-Costumas falar com alguém sobre este tema? Se sim, com quem?

Pais [ ]
Amigos [ ]
Vizinhos [ ]
Professores [ ]
Outros [ ]


4- Qual e o método contraceptivo mais eficaz para a prevenção das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST’s)?

DIU [ ]
Preservativo [ ]
Pílula [ ]
Diafragma [ ]
Outros [ ]

5- Quais as Doenças Sexualmente Transmissíveis que conheces?

_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________.


A Mutilação Genital é uma pratica ilícita que consiste na remoção dos órgãos genitais femininos.


6- Qual o principal Continente no qual se pratica este acto?

Europa [ ]
Ásia [ ]
África [ ]
Oceania [ ]
América [ ]

7- A Mutilação Genital pode ser feita em:

Mulheres [ ]
Homens [ ]
Ambos [ ]
Nenhuns [ ]

8 – És a favor da Mutilação Genital?
Sim [ ] Porquê?______________________________________.
Não [ ] Porquê?______________________________________.


8- Quais as conseqüências em termos físicos e psicológicos da Mutilação Genital:

Impossibilidade de engravidar [ ]
Dá prazer à mulher [ ]
Por uma questão de higiene [ ]
Outros [ ]

terça-feira, 13 de março de 2007

Curiosidade Sobre a MGF

"Segundo uma tradição, depois da primeira menstruação, todas as jovens devem submeter-se à circuncisão feminina. Isto ocorre numa grande festividade.

Durante um ano a família planta comida e cria animais para serem sacrificados nesta ocasião. A festa dura uma semana. A rapariga é mantida isolada e com uma dieta alimentar especial. Depois é adornada e pintada. O primeiro passo é o corte do cabelo, a primeira vez na sua vida. Durante vários dias a comunidade canta e dança animadamente. No último dia a jovem junta-se a todos, esta permanece no meio das mulheres que a seguram. As mulheres tentam embriagar a jovem, depois desta embriagada a ponto de perder os sentidos, quatro mulheres levam-na para uma casa e as suas pernas são amarradas a paus de madeira estendidos sob uma esteira no chão. A especialista no corte amarra uma faixa bem apertada em volta da cintura da noviça. Com uma faca própria para este acto, ela desfere o golpe final. O clitóris e pedaços de cabelo são guardados escondidos e tornam-se objectos de tabu. Segundo dizem, no clitóris não fica um buraco, mas sim um espaço liso."









Todo este tema da Mutilação Genital Feminina deixa qualquer um sensibilizado, são culturas ás quais jamais um de nós daria credibilidade.
É dificil acreditar que algures pelo mundo existem culturas que de um acto tão doloroso são capazes de festejar energicamente.
Se nos dessem oportunidade certamente mudariamos este acto cruel!

Mutilação genital em Portugal

Dados da Organização Mundial De Saúde (OMS), estimam que cerca de 130 milhões de mulheres e crianças tenham sido já submetidas à prática da MGF e cerca de 2 milhões se encontrem em risco de serem circuncisadas.
No que se refere a esta prática tradicional e ainda de acordo com a OMS, Portugal é considerado um país de risco já que as comunidades migrantes aqui residentes são oriundas da países onde a MGF existe, poderão continuar esta prática e, para além disso, muitas mulheres já sofreram mutilação nos seus países de origem, necessitando de cuidados de saúde expecíficos, físicos e psicológicos.
A inextistência, em Portugal, de estudos e/ou pesquisas oficiais no domínio da MGF e a sentida necessidade de se trabalhar esta temática levou a Associação para o Planeamento da Família, a desenvolver um projecto sobre o estudo da Mutilação Genital.
Este estudo é da autoria de Yasmina Gonçalves (Psicóloga Clínica). A investigação teve por base um questionário de opinião, distribuido a profissionais de saúde da área da Grande Lisboa( zona do país onde existe maior concentração de imigrantes provenientes de países africanos), através do qual se procurou avaliar:
Opiniões dos profissionais de saúde inquiridos, conhecimento geral e específico sobre o tema e vias de obtenção de informação;

  • Legislação existente em Portugal sobre MGF;
  • Actuação em situações de MGF;
  • Papel dos técnicos de saúde no trabalho com mulheres e crianças que sofreram ou possam vir a sofrer de MGF;
  • Possiveis estratégias de actuação.


Considerada uma prática a desencorajar por profissionais, organizações não governamentais e departamentos oficiais que trabalham a nível dos direitos humanos, nomeadamente dos direitos das mulheres e das crianças, da igualdade de oportunidades e saúde sexual reprodutiva, o presente estudo pretende contribuir para um maior conhecimento, sensibilização e intervenção dos profissionais de saúde bem como aumentar o acesso á informação de todas as pessoas que actuam e podem actuar sobre esta realidade que atinge milhões de mulheres em todo o mundo.

quinta-feira, 8 de março de 2007

Em que zonas se pratica a mutilação genital?

A mutilação genital é praticada por muitos grupos étnicos em mais de 30 países. É uma prática muito frequente em certas partes da África e é praticada também na Península Arábica e em zonas da Ásia. A prática da circuncisão feminina é rejeitada pela civilização ocidental. O costume está a ser transportado para a Europa e para a América junto com imigrantes africanos, especialmente de língua árabe. Algumas comunidades islâmicas e outras não-islâmicas do norte de África e Médio Oriente praticam a mutilação genital nas raparigas. São relatados casos de mutilação genital feminina em todo o mundo, inclusivamente em países desenvolvidos.
Numa comunidade onde as mulheres são economicamente dependentes dos seus maridos, o casamento é imperativo e as mulheres são, por isso, compelidas a submeterem-se à circuncisão para sobreviverem. Assim, o ciclo vicioso da mutilação perdura, já que sucessivas gerações de mulheres impõem a pratica a elas próprias e às suas filhas.
Os pais não pretendem magoar as suas filhas, mas sim prepara-las para o casamento e para que sejam aceites na sociedade, e a circunsição é a única maneira que conhecem – é uma passagem para a idade adulta.
A mutilação é considerada uma forma inaceitável e ilegal da modificação do corpo, aplicada àqueles que são demasiado novos ou inconscientes para tomar uma decisão informada.

Quais as consequências da MGF?

A mutilação genital feminina traz graves consequências às raparigas.



Existem dois tipos de consequências:

IMEDIATAS: as hemorragias são inevitáveis, no caso de serem graves podem conduzir à morte. O choque, provocado pela dor que resulta do procedimento, pode gerar traumas psicológicos graves. As possíveis infecções são várias, decorrentes, desde logo, do facto de serem utilizados objectos cortantes de todo o tipo, não esterilizados e frequentemente usados mais do que uma vez. Não são administrados quaisquer tipos de analgésicos.
As feridas e hemorragias que resultam da MGF são tratadas com plantas medicinais, acompanhadas por orações. O tétano e a septicemia são as mais serias ameaças, sem esquecer os perigos resultantes da partilha de um instrumento por várias mulheres no que diz respeito às doenças infecto-contagiosas. A redenção urinária – forçada durante horas ou dias devido às dores – pode causar inflamações ou danificar a uretra.


A LONGO PRAZO: as perdas de sangue podem tornar-se constantes e tornar-se numa anemia. Os problemas urinários podem ser constantes, devido às dificuldades em urinar. Em casos graves, pode surgir incontinência. Infecções urinárias degenerativas podem afectar a uretra, bexiga e rins.
As infecções pélvicas crónicas são comuns em mulheres que foram infibuladas. Não sendo frequente, algumas destas infecções podem provocar abcessos, quistos e úlceras na vulva. Se o nervo do clítoris for cortado, toda a área genital passa a estar em sofrimento permanente.
A mutilação causa ainda disfunções sexuais no casal, na sequência das dores que acompanham as relações. A penetração pode ser difícil ou até impossível. Os problemas na gravidez e o parto também são frequentes podendo o feto ficar retido no útero ou no canal. O parto é extremamente doloroso e demorado, levando à exaustão da mulher e do feto.
Muitas das vezes, quando algo corre mal no procedimento, costuma culpar-se a menina, porque já era impura, ou os pais da menina, porque não a educaram na pureza, ou atribui-se o fracasso a uma qualquer intervenção divina.